segunda-feira, 11 de março de 2013

Asilo da Casa do Arco

Resolvi-me a chamar ao meu jogo Asilo da Casa do Arco, AdCdA doravante; o apelo de Arkham Asylum foi mais forte!

O Asilo da Casa do Arco é uma mansão situada nas encostas da Serra de Sintra, doada à vila no ano de 1898 pela Duquesa de Durabal, sob condição da Casa ser usada como asilo dos alienados perigosos de Lisboa e arredores, que tenham onde ser tratados condignamente e com a graça de Deus, e recuperados para a sociedade.

As verdadeiras razões da Duquesa não são tão nobres assim; a Casa sofreu uma maldição desde a sua construção pelo avô da Duquesa, o original Duque de Durabal, João Gama de Noronha, quando voltou da Índia: o que era para ser a casa da família, depressa se tornou uma mansão infernal e uma prisão para os seus residentes. O Duque matou dois dos filhos pequenos numa noite e enforcou-se numa das salas. O seu filho mais velho, Octávio, herdou a casa aos 20 anos, e durante dez anos a paz reinou na Casa do Arco. Nesta altura algo quebrou no espírito de Octávio, e numa noite de tempestade matou os três filhos à machadada, quando os gritos da esposa alertou os criados e este saltou de uma das janelas, para a morte. A esposa, Elisabete, voltou a casar e a ter filhos, mantendo o nome da Casa do Arco e o título de Duquesa de Durabal, mas nem por isso foi mais feliz. Enlouqueceu lentamente depois de enviuvar quando o seu recém-casado marido caíu das escadas numa noite e partiu o pescoço, e morreu aos gritos na cama, rodeada pelos quatro filhos e pelos criados. Todos os filhos abandonaram a casa quando chegaram à maioridade, os criados foram saindo e só restou a actual Duquesa, Maria Antónia, que então doou a Casa.

Foram contratados médicos, enfermeiras, o pároco da vila mudou-se para a Casa, e com boa vontade e muito esforço começaram os tratamentos. No entanto, os tempos não são melhores. Médicos e pacientes declararam por diversas vezes ouvir os gritos da velha Duquesa, choro de crianças, e um barulho que só pode ser descrito como "um machado a cortar carne" ressoando pela casa. A aparente falta de resultados e a morte de mais do que um paciente nas mesas de electrochoques não deixam que estes sejam depositados às portas do Asilo para que sejam tratados.


Decidi colocar o asilo na Serra de Sintra, mas a imagem é de um antigo sanatório da Serra da Estrela, que se diz assombrado, e é mais do que apropriado para ilustrar este texto; o jogo decorre na década de 30, pouco antes da Primeira Guerra Mundial, e deixei propositadamente vagos os nomes de vários npc's, para que os jogadores os possam reclamar e interpretar em jogo.


O texto desta publicação será perto do máximo que colocarei como texto de ficção no documento de jogo; vou dar exemplos, falar sobre terror para criar ambiente, mas os pormenores serão deixados para os jogadores, para que se possam desenvolver em jogo.

Tinha dito que iria escrever sobre fantasmas e ambiente, mas decidi-me escrever este texto sobre A Casa do Arco primeiro; fica para uma próxima oportunidade.

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