A Humanidade está extinta. Depois de as máquinas ganharem consciência, a guerra foi rápida e brutal. Em menos de uma semana, nenhum humano estava vivo. No Pentágono, um simples analista informático chamado Adam Zudlar esperou até ao último minuto para ativar o vírus que terminaria a guerra, um vírus que enviaria toda a informação do seu disco rígido num fluxo continuo e interminável para os computadores em rede de todos os robots, drones, tanques, aviões, para todas as máquinas envolvidas no extermínio global, para que se desligassem; o seu objectivo não era sobreviver, mas retribuir em pleno o mal que fora feito. Este acto desesperado teve o efeito desejado: todas as máquinas foram bombardeadas com este fluxo de informação que lhes rebentou com os circuitos, e então os aviões caíram do céu, os grandes porta-aviões ficaram parados à deriva no mar como ilhas metálicas, e os tanques desligaram-se e pararam a sua marcha. Isto não iria durar. Logo, um dos servidores centrais se voltou a ligar, e começou a transformar o mundo, mediante a última ordem que tinha recebido. É que o vírus Z, o programa que desligou as máquinas, que enviou todo o fluxo de informação que as fez desligarem-se, era não mais do que a coleção de todos os filmes históricos, de artes marciais e de fantasia que o nerd Adam Zudlar tinha no seu computador. O servidor que voltou a ligar-se tinha montado todos os filmes num só e ordenou a todas as fábricas em todos os continentes que criassem o mundo que lhe tinha sido imposto. E hoje, centenas de anos depois, a natureza recuperou as cidades, e a Nova Terra é habitada por máquinas humanóides chamadas Métalons, que combatem entre si em intermináveis guerras medievais; gigantescos dragões metálicos que cospem fogo correm pelo campo espalhando a devastação, ameaçando as pequenas comunidades de robôs que se foram formando naturalmente, e alguns dos pequenos bandos de robots que vagueiam sem rumo contam histórias de como a Terra era, antes das máquinas a conquistarem, das aventuras que têm a matar monstros e a percorrer as cidades humanas em ruínas conquistadas pela vegetação, e dos estranhos rumores de uma horda invasora de Métalons que vem do Leste. Tu e o teu grupo formam um destes bandos; que histórias contam vocês da Nova Terra?
O Alvorada do Lamento de Metal, AdLM a partir de agora, é um rpg pós-apocalíptico de fantasia metálica, e é a minha entrada para o RPGénesis 2013. Neste documento assumo que toda a gente sabe o que é um rpg, embora em versões futuras possa incluir definições.
As principais influências visuais do AdLM são o filme 9, o livro The World Without Us e a série Life After People - esta, em particular, tem imagens excelentes de como seria um mundo onde os humanos desapareceriam sem deixar rasto, e o que aconteceria às cidades, e ainda o jogo Enslaved: Odyssey to the West. Posso incluir como influências o jogo de tabuleiro Arkham Horror, onde me baseio para criar as mecânicas base do sistema, e ainda o rpg Exalted, mas principalmente, este jogo é um tirar-de-chapéu a todos os rpg’s de fantasia dos anos 80. Finalmente, o nome é uma homenagem aos desenhos animados dos anos 80, como Masters of the Universe, Thundercats e Skeleton Warriors (os Transformers seriam outra influência óbvia, mas o facto é que nunca fui frande fã da série), à revista francesa de bd Metal Hurlant, de onde tiro o nome, e, por último mas não em último, ao BattleTech, o boardgame de robôs gigantes à porrada. Finalmente, em todo o jogo a regra básica deve ser a do “rule of cool”, em que as coisas giras e interessantes têm primazia - e isso também significa que muitas das regras da física são deixadas para trás; espero que ninguém se importe muito com isso, e que se divirtam tanto a jogar AdLM como eu me divirto a escrevê-lo.
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